terça-feira, 30 de agosto de 2011

Trechos do Manifesto Comunista[1]: Burgueses e proletários 7

Devido ao rápido aperfeiçoamento dos instrumentos de produção e ao constante progresso dos meios de comunicação, a burguesia arrasta para a torrente da civilização mesmo as nações mais bárbaras.

Os baixos preços de seus produtos são a artilharia pesada que destrói todas as muralhas da China e obriga a capitularem os bárbaros mais tenazmente hostis aos estrangeiros.

Sob pena de morte, ela obriga todas as nações a adotarem o modo burguês de produção, constrange-as a abraçar o que ela chama civilização, isto é, a se tornarem burguesas. Em uma palavra, cria um mundo à sua imagem e semelhança.

A burguesia submeteu o campo à cidade. Criou grandes centros urbanos; aumentou prodigiosamente. A população das cidades em relação à dos campos e, com isso, arrancou uma grande parte da população do embrutecimento da vida rural.

Do mesmo modo que subordinou o campo à cidade, os países bárbaros ou semi-bárbaros aos países civilizados, subordinou os povos camponeses aos povos burgueses, o Oriente ao Ocidente.


[1] O Manifesto Comunista, originalmente denominado Manifesto do Partido Comunista (em alemão: Manifest der Kommunistischen Partei), publicado pela primeira vez em 21 de Fevereiro de 1848, é históricamente um dos tratados políticos de maior influência mundial. Comissionado pela Liga dos Comunistas e escrito pelos teóricos fundadores do socialismo científico Karl Marx e Friedrich Engels, expressa o programa e propósitos da Liga.Nota retirada do site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Manifesto_comunista em 19/08/2011







segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Trechos do Manifesto Comunista[1]: Burgueses e proletários 6

Impelida pela necessidade de mercados sempre novos, a burguesia invade todo o globo. Necessita estabelecer-se em toda parte, explorar em toda parte, criar vínculos em toda, parte.

Pela exploração do mercado mundial a burguesia imprime um caráter cosmopolita à produção e ao consumo em todos os países. Para desespero dos reacionários, ela retirou à indústria sua base nacional.

As velhas indústrias nacionais foram destruídas e continuam a sê-lo diariamente. São suplantadas por novas indústrias, cuja introdução se torna uma questão vital para todas as nações civilizadas, indústrias que não empregam mais matérias-primas autóctones, mas sim matérias-primas vindas das regiões mais distantes, e cujos produtos se consomem não somente no próprio país mas em todas as partes do globo.

Em lugar das antigas necessidades, satisfeitas pelos produtos nacionais, nascem novas necessidades, que reclamam para sua satisfação os produtos das regiões mais longínquas e dos climas mais diversos.

Em lugar do antigo isolamento de regiões e nações que se bastavam a si próprias, desenvolvem-se um intercâmbio universal, uma universal interdependência das nações. E isto se refere tanto à produção material como à produção intelectual.

As criações intelectuais de uma nação tornam-se propriedade comum de todas. A estreiteza e o exclusivismo nacionais tornam-se cada vez mais impossíveis; das inúmeras literaturas nacionais e locais, nasce uma literatura universal.


[1] O Manifesto Comunista, originalmente denominado Manifesto do Partido Comunista (em alemão: Manifest der Kommunistischen Partei), publicado pela primeira vez em 21 de Fevereiro de 1848, é históricamente um dos tratados políticos de maior influência mundial. Comissionado pela Liga dos Comunistas e escrito pelos teóricos fundadores do socialismo científico Karl Marx e Friedrich Engels, expressa o programa e propósitos da Liga.Nota retirada do site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Manifesto_comunista em 19/08/2011







sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Manifesto Comunista[1]: Burgueses e proletários 5

A burguesia revelou como a brutal manifestação de força na Idade Média, tão admirada pela reação, encontra seu complemento natural na ociosidade mais completa. Foi a primeira a provar o que pode realizar a atividade humana: criou maravilhas maiores que as pirâmides do Egito, os aquedutos romanos, as catedrais góticas; conduziu expedições que empanaram mesmo as antigas invasões e as Cruzadas.

A burguesia só pode existir com a condição de revolucionar incessantemente os instrumentos de produção, por conseguinte, as relações de produção e, como isso, todas as relações sociais. A conservação inalterada do antigo modo de produção constituía, pelo contrário, a primeira condição de existência de todas as classes industriais anteriores.

Essa revolução contínua da produção, esse abalo constante de todo o sistema social, essa agitação permanente e essa falta de segurança distinguem a época burguesa de todas as precedentes. Dissolvem-se todas as relações sociais antigas e cristalizadas, com seu cortejo de concepções e de idéias secularmente veneradas; as relações que as substituem tornam-se antiquadas antes de se ossificar. Tudo que era sólido e estável se esfuma, tudo o que era sagrado é profanado, e os homens são obrigados finalmente a encarar com serenidade suas condições de existência e suas relações recíprocas.


[1] O Manifesto Comunista, originalmente denominado Manifesto do Partido Comunista (em alemão: Manifest der Kommunistischen Partei), publicado pela primeira vez em 21 de Fevereiro de 1848, é históricamente um dos tratados políticos de maior influência mundial. Comissionado pela Liga dos Comunistas e escrito pelos teóricos fundadores do socialismo científico Karl Marx e Friedrich Engels, expressa o programa e propósitos da Liga.Nota retirada do site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Manifesto_comunista em 19/08/2011







quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Manifesto Comunista[1]: Burgueses e proletários 4



Onde quer que tenha conquistado o poder, a burguesia calcou aos pés as relações feudais, patriarcais e idílicas. Todos os complexos e variados laços que prendiam o homem feudal a seus "superiores naturais" ela os despedaçou sem piedade, para só deixar subsistir, de homem para homem, o laço do frio interesse, as duras exigências do "pagamento à vista".

Afogou os fervores sagrados do êxtase religioso, do entusiasmo cavalheiresco, do sentimentalismo pequeno-burguês nas águas geladas do cálculo egoísta.

Fez da dignidade pessoal um simples valor de troca; substituiu as numerosas liberdades, conquistadas com tanto esforço, pela única e implacável liberdade de comércio. Em uma palavra, em lugar da exploração velada por ilusões religiosas e políticas, a burguesia colocou uma exploração aberta, cínica, direta e brutal.

A burguesia despojou de sua auréola todas as atividades até então reputadas veneráveis e encaradas com piedoso respeito. Do médico, do jurista, do sacerdote, do poeta, do sábio fez seus servidores assalariados.

A burguesia rasgou o véu de sentimentalismo que envolvia as relações de família e reduziu-as a simples relações monetárias.


[1] O Manifesto Comunista, originalmente denominado Manifesto do Partido Comunista (em alemão: Manifest der Kommunistischen Partei), publicado pela primeira vez em 21 de Fevereiro de 1848, é históricamente um dos tratados políticos de maior influência mundial. Comissionado pela Liga dos Comunistas e escrito pelos teóricos fundadores do socialismo científico Karl Marx e Friedrich Engels, expressa o programa e propósitos da Liga.Nota retirada do site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Manifesto_comunista em 19/08/2011







quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Manifesto Comunista[1]. Burgueses e proletários. 3

Vemos, pois, que a própria burguesia moderna é o produto de um longo processo de desenvolvimento, de uma série de revoluções no modo de produção e de troca.

Cada etapa da evolução percorrida, pela burguesia era acompanhada de um progresso político correspondente.

Classe oprimida pelo despotismo feudal, associação armada administrando-se a si própria na comuna ; aqui, república urbana independente, ali, terceiro estado, tributário da monarquia; depois, durante o período manufatureiro, contrapeso da nobreza na monarquia feudal ou absoluta, pedra angular das grandes monarquias, a burguesia, desde o estabelecimento da grande indústria e do mercado mundial, conquistou, finalmente, a soberania política exclusiva no Estado representativo moderno.

O governo moderno não é senão um comitê para gerir os negócios comuns de toda a classe burguesa.

A burguesia desempenhou na História um papel eminentemente revolucionário.


[1] O Manifesto Comunista, originalmente denominado Manifesto do Partido Comunista (em alemão: Manifest der Kommunistischen Partei), publicado pela primeira vez em 21 de Fevereiro de 1848, é históricamente um dos tratados políticos de maior influência mundial. Comissionado pela Liga dos Comunistas e escrito pelos teóricos fundadores do socialismo científico Karl Marx e Friedrich Engels, expressa o programa e propósitos da Liga.Nota retirada do site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Manifesto_comunista em 19/08/2011







terça-feira, 23 de agosto de 2011

Trechos do Manifesto Comunista[1]: Burgueses e proletários 2

Na nossa época, a época da burguesia, caracteriza-se por ter simplificado os antagonismos de classe. A sociedade divide-se cada vez mais em dois vastos campos opostos, em duas grandes classes diametralmente opostas: a burguesia e o proletariado.

Dos servos da Idade Média nasceram os burgueses livres das primeiras cidades; desta população municipal, saíram os primeiros elementos da burguesia.

A descoberta da América, a circunavegação da África ofereceram à burguesia em assenso um novo campo de ação. Os mercados da Índia e da China, a colonização da América, o comércio colonial, o incremento dos meios de troca e, em geral, das mercadorias imprimiram um impulso, desconhecido até então, ao comércio, à indústria, à navegação, e, por conseguinte, desenvolveram rapidamente o elemento revolucionário da sociedade feudal em decomposição.

A antiga organização feudal da indústria, em que esta era circunscrita a corporações fechadas, já não podia satisfazer às necessidades que cresciam com a abertura de novos mercados. A manufatura a substituiu. A pequena burguesia industrial suplantou os mestres das corporações; a divisão do trabalho  entre as diferentes corporações desapareceu diante da divisão do trabalho dentro da própria oficina.

Todavia, os mercados ampliavam-se cada vez mais: a procura de mercadorias aumentava sempre. A própria manufatura tornou-se insuficiente; então, o vapor e a maquinaria revolucionaram a produção industrial. A grande indústria moderna suplantou a manufatura; a média burguesia manufatureira cedeu lugar aos milionários da indústria, aos chefes de verdadeiros exércitos industriais, aos burgueses modernos.

A grande indústria criou o mercado mundial preparado pela descoberta da América: O mercado mundial acelerou prodigiosamente o desenvolvimento do comércio, da navegação e dos meios de comunicação por terra.

Este desenvolvimento reagiu por sua vez sobre a extensão da indústria; e, à medida que a indústria, o comércio, a navegação, as vias férreas se desenvolviam, crescia a burguesia, multiplicando seus capitais e relegando a segundo plano as classes legadas pela Idade Média.


[1] O Manifesto Comunista, originalmente denominado Manifesto do Partido Comunista (em alemão: Manifest der Kommunistischen Partei), publicado pela primeira vez em 21 de Fevereiro de 1848, é históricamente um dos tratados políticos de maior influência mundial. Comissionado pela Liga dos Comunistas e escrito pelos teóricos fundadores do socialismo científico Karl Marx e Friedrich Engels, expressa o programa e propósitos da Liga.Nota retirada do site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Manifesto_comunista em 19/08/2011







segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Trechos do Manifesto Comunista[1]: I. Burgueses e proletários 1

A história de toda sociedade existente até hoje tem sido a história das lutas de classes.

Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor e servo, mestre de corporação e companheiro, numa palavra, o opressor e o oprimido permaneceram em constante oposição um ao outro, levada a efeito numa guerra ininterrupta, ora disfarçada, ora aberta, que terminou, cada vez, ou pela reconstituição revolucionária de toda a sociedade ou pela destruição das classes em conflito.

Desde as épocas mais remotas da história, encontramos, em praticamente toda parte, uma complexa divisão da sociedade em classes diferentes, uma gradação múltipla das condições sociais. Na Roma Antiga, temos os patrícios, os guerreiros, os plebeus, os escravos; na Idade Média, os senhores, os vassalos, os mestres, os companheiros, os aprendizes, os servos; e, em quase todas essas classes, outras camadas subordinadas.

A sociedade moderna burguesa, surgida das ruínas da sociedade feudal, não aboliu os antagonismos de classes. Apenas estabeleceu novas classes, novas condições de opressão, novas formas de luta em lugar das velhas.


[1] O Manifesto Comunista, originalmente denominado Manifesto do Partido Comunista (em alemão: Manifest der Kommunistischen Partei), publicado pela primeira vez em 21 de Fevereiro de 1848, é históricamente um dos tratados políticos de maior influência mundial. Comissionado pela Liga dos Comunistas e escrito pelos teóricos fundadores do socialismo científico Karl Marx e Friedrich Engels, expressa o programa e propósitos da Liga.Nota retirada do site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Manifesto_comunista em 19/08/2011







sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Pequenos trechos do manifesto comunista 1

Um espectro ronda a Europa[1] — o espectro do comunismo.

Todas as potências da velha Europa uniram-se numa Santa Aliança para exorcismá-lo: o papa e o czar, Metternich e Guizot, os radicais franceses e os espiões da polícia alemã.

Qual o partido de oposição que não foi acusado de comunista por seus adversários no poder? Qual o partido de oposição que também não lançou contra seus adversários progressistas ou reacionários o estigma do comunismo?

Daí decorrem duas conclusões:

I - O comunismo já é considerado uma força por todas as potências da Europa.

II - Já é tempo dos comunistas publicarem abertamente, diante de todo o mundo, suas idéias, seus fins, suas tendências, opondo à lenda do comunismo um manifesto do próprio partido.

Para isso, comunistas de várias nacionalidades reuniram-se em Londres e redigiram o manifesto seguinte, a ser publicado em inglês, francês, italiano, flamengo e dinamarquês.


[1] O Manifesto Comunista, originalmente denominado Manifesto do Partido Comunista (em alemão: Manifest der Kommunistischen Partei), publicado pela primeira vez em 21 de Fevereiro de 1848, é históricamente um dos tratados políticos de maior influência mundial. Comissionado pela Liga dos Comunistas e escrito pelos teóricos fundadores do socialismo científico Karl Marx e Friedrich Engels, expressa o programa e propósitos da Liga. Nota retirada do site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Manifesto_comunista em 19/08/2011

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Desafios para o PT: Continuar ampliando o espaço de poder dos trabalhadores na sociedade brasileira

Precisamos focar no que estimula e realiza a nossa militância, no que dá vida e energiza o nosso partido. Nos seus 31 anos, o PT se constituiu num vigoroso instrumento de ampliação dos direitos dos pobres deste país.

Ampliou a participação política dos trabalhadores e promoveu à condição de lideranças nacionais um conjunto importante de pessoas oriundas das classes menos favorecidas da sociedade, em defesa de seus interesses de classe.

Somente sintonia com o projeto estratégico pode fortalecer a unidade interna e garantir a continuidade da ampliação dos espaços de poder dos trabalhadores na sociedade brasileira.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Desafios para o PT: ampliar as liberdades políticas com uma boa leitura da realidade

Nossa cultura política não pode dissimular a divisão social das classes e a luta de classes.

As instituições devem estar abertas aos conflitos, considerando-os legítimos e necessários. As lutas por emancipação não podem ser recusadas em nome da estabilidade.

Não podemos impedir a liberdade política e nem a dissimulação da realidade.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Desafios para o PT: Fortalecer a ética pública, partidária e governamental.

Precisamos fortalecer a existência e a prática de uma ética pública, tanto partidária quanto governamental, nos seguintes aspectos:

·        Propiciar a criação, ampliação e consolidação dos direitos econômicos, sociais e culturais da população, favorecendo a dignidade e a igualdade, ou seja, a justiça distributiva.

·        Superar as políticas de favor na sociedade brasileira, herança do estado patrimonialista.

·        Controle social do poder público, assegurando um aspecto essencial na vida democrática, qual seja, a visibilidade e publicidade das ações partidárias e governamentais.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Desafios para o PT: O financiamento público de campanha para avançar na democratização do País

Democratizar o PT significa também fazer do PT o principal agente da criação do espaço público propriamente democrático. Para que isso ocorra é necessário lutar para modificar o modo do financiamento da política brasileira, através financiamento público das campanhas eleitorais.

O Brasil necessita de uma lei eleitoral que garanta as conquistas democráticas da sociedade brasileira, permitindo a igualdade na competição e o inibindo a força do poder econômico.

domingo, 14 de agosto de 2011

PT de Antonio Cardoso avança no Planejamento da Campanha 2012

        Ontem, 13 de agosto, estive em Antonio Cardoso, contribuindo com os companheiros no Planejamento de Campanha do PT naquela Cidade.

         Os companheiros estão firmes para eleger Toinho Santiago para Prefeito em 2012. Firmes na luta pessoal, vamos alcançar mais uma vitória na próxima eleição.




sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Desafios para o PT: Superar a estrutura burocrática e ampliar a democracia interna

O PT só poderá ser sujeito político democrático se o aparelho burocrático em que se converteu for modificado e as ações de suas direções  forem de pleno conhecimento público.

Nosso partido só poderá refazer os laços com os agentes democráticos se ele próprio estiver estruturado democraticamente, de maneira a assegurar a participação de seus filiados e simpatizantes e da representação dos interesses e direitos dos movimentos sociais.

Democratizar o PT significa modernizar a sua estrutura de funcionamento. A estrutura interna do nosso partido precisa ter foco nas necessidades e anseios de nossa base social.

Para tanto precisamos adotar metodologias modernas de gestão partidária, focada nos resultados que pretendemos alcançar. Nosso planejamento interno e nossos processos precisam estar estruturados de forma a refletir os interesses das classes oprimidas da sociedade brasileira.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Desafios para o PT: recuperar sua relação originária com os movimentos sociais

A burocracia não é uma forma de organização, ela é uma forma de poder, cujas características principais são: a hierarquia (cadeias de comando e de subordinação em que cada grau obedece ordens do grau superior, sem contestá-las ou modificá-las). O poder burocrático é o oposto da democracia, pois esta age por igualdade, e não por hierarquia.

Democratizar o PT significa fazê-lo o principal sujeito político contra a despolitização e por isso mesmo fazê-lo recuperar sua ligação originária com os movimentos sociais, na medida que são eles (movimentos sociais) os criadores de direitos (Chauí - 2006) [1].


[1] Chauí, citado

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Desafios para o PT: promover maior proximidade entre os dirigentes e a base partidária

Um dos obstáculos à democratização do nosso partido pode ser o vanguardismo sustentado pela organização partidária burocrática.

Neste caso ocorre uma polarização que é traduzida como a distância entre o que se imagina ser a consciência dos trabalhadores ou a consciência popular – definida pela alienação econômica e social – e a consciência “correta” ou “verdadeira” dos quadros dirigentes (ou da vanguarda).

Os dirigentes partidários, porque supostamente conhecem as ações políticas adequadas, podem decidir sem a participação dos militantes e sem consultá-los. Para tanto o PT constituiu uma máquina burocrática.

A burocratização significou a perda de controle do partido por sua base e pelos movimentos sociais. Existe uma enorme distancia entre os dirigentes e os filiados militantes de movimentos sociais e populares, Chauí (2006)[1].


[1] Chauí, citado

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Desafios para o PT: superar a hipocrisia da mídia conservadora.

Boa parte das decisões inadequadas não significam condutas não aceitas do ponto de vista ético. É preciso ter cuidado com a hipocrisia das classes dominantes e de seus aparelhos ideológicos que buscam sempre acentuar os erros do nosso partido, que como construção humana não está imune aos erros.

Ocorre que nossos adversários de classe não tratam com o mesmo rigor os políticos ligados à classe dominante. A mesma hipocrisia também é utilizada nas disputas internas do nosso partido, quando ocorre os tensionamentos muitas vezes atacamos nossos companheiros utilizando dos mesmos argumentos da mídia conservadora e golpista.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Desafios para o PT: modernizar a estrutura partidária

Segundo Marilena Chauí (2006) [1], o caráter socialista de nosso partido sempre vai incomodar as elites brasileiras. Por não ser um partido da ordem qualquer posição tomada pelo PT vai ser sempre criticada.
Ora é um partido totalitário, centralizador, ora um partido sempre em crise por causa da multiplicidade de tendências internas. Como um partido totalitário pode ter várias tendências internas? Outras vezes é um partido arcaico, porque não faz alianças, outras vezes é um partido oportunista, porque faz alianças.
Se afirma sua relação com o movimento sindical, é corporativo, se se distancia, está traindo suas origens. Se afirma sua relação com os movimentos populares, é basista; se toma distância e se dirige à população desorganizada, é populista.
Se exige mudança nos hábitos políticos, em nome da moralidade pública, é principista, moralista, ingênuo, não entende que há “zonas cinzentas” na política; se adota os hábitos políticos vigentes, é o mais corrupto de todos os partidos. 
Portanto, adotar uma política de equilíbrio é sempre difícil, e ela só será bem sucedida se cada vez mais avançarmos na consolidação da democracia interna do nosso partido, modernizando a estrutura partidária, tornando o PT transparente, democrático e de massas.


[1] Marilena Chauí, Leituras da Crise, Editora Perseu Abramo, 2006

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Desafios para o PT: Conviver com as diferenças para enfrentar os contrários

Atílio Boron (2008) [1] afirma que a burguesia não se depara com os falsos problemas que costumam paralisar o campo popular, esterilizado e desmobilizado em improdutivas competições internas, enfraquecendo a todos.

Profunda conhecedora do poder e seus segredos, a burguesia utiliza todas as armas disponíveis em seu arsenal enquanto em muitas situações a esquerda se desagrega, ficando por isso mesmo à mercê de seus adversários de classe.

As elites brasileiras têm demonstrado enorme capacidade de participar de nossos governos, se posicionando em postos chaves nas administrações que conquistamos e garantindo a perpetuação de seus interesses de classe.


[1] Artigo de Atílio Boron, publicado originalmente no sítio La Haine (04-09-2008). A tradução para o português é de Denis de Moraes, que publicou o texto em seu blog, comunicação, cultura e política.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Desafios para o PT: Manter viva a chama dos valores revolucionários.

Os movimentos sociais e os partidos populares não estão imunes às deformações burocráticas, às ambigüidades, aos personalismos e às mesquinharias, em muitos casos atuam como aparelhos burocratizados, desmobilizadores e vacilantes.

Estes vícios ocorrem tanto com as lideranças do nosso partido como com os dirigentes dos movimentos sociais. Os discursos a favor da democracia e da participação das bases nem sempre encontram uma tradução real na vida concreta dos movimentos e, não raro, são discursos divorciados das práticas.

As "novas formas de fazer política" com que os movimentos sociais muitas vezes se apresentam na cena pública para diferenciar-se da velha politicagem reinante costumam, mais fácil do que se imagina, dar lugar ao ressurgimento de práticas odiosas que se acreditavam exclusivas dos partidos de direita.

Alguns companheiros utilizam da luta política para a ascensão social própria, e abandonam os ideais e as práticas progressistas e revolucionárias. Estas praticas têm servido para enfraquecer nosso partido na disputa hegemônica mais geral, pois desagrega o partido e cria um clima de desconfiança na militância partidária.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Desafios para o PT: Conciliar as disputas eleitorais com o fortalecimento dos movimentos sociais

O PT passou a dar prioridade às eleições e os movimentos sociais perderam força na vida partidária.

As lutas sociais e democráticas tornaram-se menos importantes do que as vitórias eleitorais.

A formação de quadros partidários deixou de ser feita na e pela luta social e a organização partidária deixou de ser conduzida, renovada e combativa porque nela perderam espaço os agentes de ação democrática. 

Ampliou-se no PT o número de filiados sem história política de esquerda e sem vínculos com os movimentos sociais e populares, alguns interessados em vantagens eleitorais e em cargos no aparelho de Estado.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Desafios para o PT: Articulação complementar entre partido e movimentos sociais

O partido e movimentos sociais representam dois modos de articular os interesses do campo popular, modos que não são contraditórios e sim complementares, entre outras coisas porque jogam em diferentes campos: os partidos no marco das instituições políticas e os movimentos no seio da sociedade civil.

Se os movimentos demonstraram possuir capacidade potencial para estabelecer uma conexão mais estreita com sua própria base e representar de maneira mais imediata seus interesses, apresentam em contrapartida enorme dificuldade na hora de sintetizar a multiplicidade de particularidades para formular uma estratégia unificada que possa enfrentar com sucesso a estratégia unificada da burguesia.

Por isso a necessidade de uma articulação mais estreita entre movimentos sociais e partidos, tendo em vista o caráter complementar dos dois tipos de organização na disputa pelo poder na sociedade.