quarta-feira, 11 de abril de 2012

Na vida, através de encontros e metamorfoses, pode haver um trajeto que nos liga à universalidade. [1]

Eduardo Febbro: Um dos princípios de sua filosofia consiste em dizer que uma vida que não está regida pelo signo da ideia não é uma vida verdadeira.
Agora, como defender hoje essa ideia sob a ameaça do hiper-consumo, das falsidades e injustiças da democracia parlamentar e em um mundo onde nossa relação com o outro passa pela relação com o objeto e não com as ideias ou com os indivíduos?
No mundo contemporâneo, a ideia é o produto e não a relação humana.


       Alain Badiou: A verdadeira vida é uma vida que aceita estar sob o signo da ideia. Dito de outro modo, uma vida que aceita ser outra coisa do que uma vida animal.
Alguns dirão que há valores transcendentes, religiosos, e que é preciso submeter o animal; outros dirão, ao contrário, que devemos nos libertar desses valores transcendentes, que Deus está morto, que viva os apetites selvagens.
Mas, entre ambas, há uma solução intermediária, dialética, que consiste em dizer que, na vida, através de encontros e metamorfoses, pode haver um trajeto que nos liga à universalidade.


[1] Eduardo Febbro entrevista Alain Badiou, Filósofo Francês - Direto de Paris - Retirado do site: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19553 -  no dia 04 de abril de 2012. Tradução: Marco Aurélio Weissheimer

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