terça-feira, 10 de abril de 2012

Somente no plano afirmativo poderemos nos unir de forma duradoura.[1]

Eduardo Febbro: Revoluções árabes, movimento dos indignados, mobilização crescente dos grupos que estão contra a globalização, a luta ou a oposição contra as modalidades do sistema atual se multiplicaram e sofisticaram.
Analisando o que ocorreu, o que você diria hoje a todos esses rebeldes do mundo para que sua ação conduza a uma autêntica construção?
Alain Badiou: Eu diria a eles que, para mim, mais importante que a consigna da anti-globalização, a qual parece sugerir que, por meio de várias medidas, pode-se re-humanizar a situação, incluindo a re-humanização do capitalismo, é a globalização da vontade popular.
Globalização quer dizer vigor internacional. Mas essa globalização internacional necessita de uma ideia positiva para uni-la e não só a ideia crítica ou a combinação de desacordos e protestos.
Trata-se de um ponto muito importante. Passar da revolta à ideia é passar da negação à afirmação. Somente no plano afirmativo poderemos nos unir de forma duradoura.


[1] Eduardo Febbro entrevista Alain Badiou, Filósofo Francês - Direto de Paris - Retirado do site: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19553 -  no dia 04 de abril de 2012. Tradução: Marco Aurélio Weissheimer

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