terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Um recorte de 500 anos

O Homo sapiens percorreu um longo período de aprendizagem e domínio da natureza até se fixar em locais mais ou menos permanentes, em função da agricultura.

Os vestígios mais antigos dessa cultura datam de 14 mil anos. Mas não precisamos retomar a um tempo tão distante para entendermos um pouco de nossa realidade atual.

Precisamos "apenas" de 500 anos de história do trabalho para nos basearmos. Escolhi esse recorte por dois motivos: começa a acontecer uma mudança fundamental no processo de trabalho, que transformou tão profundamente a sociedade humana, tornando-a hoje tão complexa, com uma capacidade de trabalho infinitamente superior a qualquer outra época da História Humana. E 500 anos tem relação direta com a história do Brasil, pelo menos a história dos vencedores.

Não podemos nos esquecer de que por aqui já existia muita história anterior. Niede Guidon, na Serra da Capivara, no Piauí, defende que encontrou vestígios de povos primitivos datados de 60 mil anos, além dos indígenas que colonizaram nosso território há 10 mil anos.

Apesar da dizimação quase completa dos povos primitivos, ainda encontram-se grupos isolados, vivendo sua cultura como há milhares de anos. Os ianomâmis, apesar de muitos grupos já terem sido contatados, são caçadores e coletores, portanto, nômades, dependendo totalmente da floresta para sobreviver. Ficaremos, no entanto, com a história dos grupos vencedores, dessa espécie animal que também domina e mata os da mesma espécie.


ENSAIO SOBRE O CAPITALISMO CONTEMPORÂNEO
CARLOS BURKE

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

O uso de objetos no desenvolvimento do trabalho

Não precisaremos retornar aos primórdios, quando nossos ancestrais começaram a transformar a natureza usando objetos rudimentares como ferramenta.

Podemos enxergar essa utilização em nossos primos macacos, os chimpanzés, que aprendem a usar essas ferramentas rudimentares quando escolhem galhos de determinada espessura, tamanho e flexibilidade e os introduzem no formigueiro para produzir seus "espetinhos" de formiga ou quando também aprendem a quebrar nozes usando uma pedra côncava, procurada entre tantas disponíveis, na qual apoiam a noz e, com outra pedra adequada, a quebram.

Ficou provado que nem todos os grupos de chimpanzés usam dessas ferramentas, logo, isso é um aprendizado cultural, independente dos instintos.

Claro que aqueles que utilizam de tais expedientes, podem ter acesso a mais proteína, o que significa melhor fecundidade e domínio sobre outros grupos. Portanto, os que têm mais facilidade de aprendizagem, acabam por fazer prevalecer seus genes nas próximas gerações.

As ferramentas mais rudimentares do Homo sapiens encontradas, como pedras lascadas ou ossos de animais, datam, para arredondarmos, de 100 mil anos.

Muito pouco tempo, se considerarmos que o universo tem aproximadamente 15 bilhões de anos, nosso planeta 4,5 bilhões e as formas de vida mais elementares 3,5 bilhões, segundo o conhecimento da ciência atual.

ENSAIO SOBRE O CAPITALISMO CONTEMPORÂNEO
CARLOS BURKE