terça-feira, 5 de abril de 2011

Globalização e exclusão

         Dois enfoques marcam os debates[1] (II):
        
         Um segundo enfoque questiona o conceito de excluídos na forma em que vem sendo empregado pelos grupos que lutam pela transformação social. O capitalismo, em sua fase neoliberal, está gerando uma nova cultura, o indiferentismo para com os trabalhadores

         Ele está conseguindo criar o trabalho puro, que não envolve qualquer responsabilidade do capitalista. Combinando, como sempre o fez, relações modernas e relações do tipo atrasadas: com o uso de robôs nas esferas mais desdobradas da produção, com a terceirização; com os inúmeros mecanismos de desregulamentação das relações de trabalho, os capitalistas querem se livrar de qualquer responsabilidade para os trabalhadores.

         No sistema capitalista não existem, porém, excluídos propriamente ditos, senão, formas perversas e cruéis de inclusão. Estamos vivendo não apenas um processo de involução das relações de trabalho, como, também, um processo de degradação das pessoas.

         Quanto mata-se por um simples par de tênis, quando a prostituição, inclusive a infantil, chega a níveis insuportáveis, quando a droga, o seqüestro, o roubo, etc., se instalam de forma tão assustadora como estamos vendo atualmente, é necessário nos perguntarmos se existe de fato, nos limites do capitalismo, formas de inclusão realmente desejáveis.

         Mais do que exclusão, estamos vivendo uma fase de inclusão perversa dos pobres. As questões que temos que discutir são as formas de inclusão perversas através da degradação das pessoas.

         O trabalhador é hoje um consumidor marginal, ou seja, ele está sendo incluído de forma degradada. O mais trágico é que a vítima muitas vezes se torna cúmplice da perversão, ou seja, ela não a denuncia e até a incorpora.


[1] http://www.scribd.com/doc/32384371/Curso-Realidade-10- Encontros-de-1-Dia. No dia 17/01/2010. O site não cita a autoria

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