“Mártir político é Amarildo de Souza. Favelado, negro, analfabeto, 43
anos, o ajudante de pedreiro conhecido como “boi” pela sua capacidade de
carregar sacas de cimento desapareceu em 14 de julho ao ser levado a uma UPP
(Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha, no Rio de Janeiro.
Amarildo, o homem comum vítima da política de criminalizar, torturar e
executar os pobres. Uma política que atravessa a história do Brasil, persiste
na redemocratização e se manteve nos governos de Fernando Henrique Cardoso,
Lula e Dilma.
Não era o primeiro a desaparecer depois de entrar num posto policial,
não foi o último. Mas, pela primeira vez, um homem comum, carregando em si todas
as marcas da abissal desigualdade do Brasil, foi reconhecido como um
desaparecido político da democracia, lugar destinado a ele pela convulsão das
ruas. Esta pode ter sido a maior transformação colocada em curso pelos
protestos.”
Trechos da coluna de Eliana
Brum em El País
Fonte: http://brasil.elpais.com/brasil/2013/11/25/opinion/1385417332_769557.html
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