segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

O PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO E O SISTEMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO: BASES PARA A TRANSFORMAÇÃO QUE QUEREMOS


A Constituição da República Federativa do Brasil, no seu Capítulo III, Seção I, estabelece que “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” Para a efetividade do diálogo que se inicia com a presente reflexão, quero destacar no texto acima dois aspectos que se relacionam mais diretamente ao tema deste nosso debate: a educação como direito de todos e dever do estado e a participação da sociedade nos processos relacionados à oferta desta educação.

O destaque deve-se ao teor da conversa que teremos, a partir deste texto, com nossos companheiros educadores, pais, estudantes e todos aqueles que militam em seus bairros, locais de trabalho, na sua família e também através dos meios digitais por uma causa que interessa a todas as brasileiras e a todos os brasileiros: a educação do nosso povo.

Na intenção de contribuir para a instalação de um debate que contemple as opiniões diversas e que proporcione elementos para a construção de um mandato comprometido com a causa da educação, serão produzidos 4 textos que versarão sobre o Plano Nacional de Educação (PNE) e o Sistema nacional de Educação (SNE). O primeiro texto, este que apresento agora, busca situar a militância na proposta apresentada pelos dois instrumentos citados acima (PNE e SNE), informar sobre o andamento da tramitação do Projeto de Lei do PNE, atualmente no Senado Federal, e dar início ao debate. Em seguida, virão mais 3 textos que aprofundarão um pouco mais o tema: o primeiro tratará da valorização dos profissionais da educação; o segundo, do acesso e permanência das crianças e jovens na educação e o terceiro tratará do financiamento da educação.

O PNE e o SNE são fruto dos anseios dos movimentos sociais e do povo brasileiro que, de forma engajada ou não, manifestou, ao longo dos anos, o desejo de poder interferir mais efetivamente na elaboração e efetivação das políticas públicas e das decisões que se relacionam à educação no Brasil. Este desejo foi ouvido pelo governo federal quando, no governo Lula, foi realizada a 1ª Conferência Nacional de Educação – CONAE, em 2010, o que agregou, em torno da elaboração coletiva de propostas, 450 mil delegados e delegadas eleitos democraticamente nas instâncias municipal, regional e estadual, por 3,5 milhões de pessoas, o que representa quase 2% da população brasileira.

O grande envolvimento e a importante contribuição da população brasileira para a educação através desta primeira CONAE desencadeou a construção, pelo Ministério da Educação – MEC, do texto do PNE, que foi enviado pelo governo federal ao Congresso em 15 de dezembro de 2010 e que, sendo alvo de disputas diversas que envolvem os interesses da comunidade, os setores privados, o terceiro setor, entre outras forças, tramita ainda hoje, em 2013, sem ter tido sua aprovação efetivada e nem a sua implementação realizada.

O PNE e o SNE relacionam-se na medida em que ambos buscarão propiciar a oferta de educação de qualidade aos brasileiros e às brasileiras, democratizando o acesso à educação em todos os níveis. Enquanto o PNE estabelece 10 diretrizes e 20 metas para a educação nacional, relacionadas à qualidade, à universalização do atendimento, à gestão democrática, à produção científica e cultural brasileiras, entre outras importantes questões, o SNE busca efetivar estas diretrizes e metas através do reforço ao regime de colaboração entre os entes federados e a melhoria dos processos de transferência de recursos, responsabilizando-se pela efetivação da política nacional de educação. Previsto para votação no próximo dia 11/12/13, o PNE foi aprovado na Comissão de Educação do Senado no dia 27/11, e, caso aprovado, retornará á Câmara para aprovação.

Nesse sentido, pretendemos dialogar com toda a comunidade a respeito do que representa o PNE para a educação brasileira, e em especial a educação baiana. Precisamos construir juntos as formas de implementação dos avanços que certamente virão através deste importante instrumento de gestão e de democratização do acesso à educação, garantindo que estes avanços tenham o acompanhamento, a ajuda e o monitoramento da comunidade.

Mais investimentos em educação, mais vagas, mais remuneração para os profissionais da educação, mais qualidade, mais recursos pedagógicos, mais tecnologia, mais livros, mais educação de qualidade às crianças e jovens do Brasil, que hoje iniciam sua jornada de construção dos conhecimentos sobre o mundo e que, com certeza, serão muito mais bem atendidos pela escola do que as gerações anteriores o foram. Para tanto, nossa participação é fundamental. 


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