terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Os riscos da incorporação ao Estado burguês



O sucesso dos programas sociais de transferência de renda e o êxito na condução da política econômica, geraram uma zona de conforto potencialmente perigosa para um partido nascido das lutas populares.

A incorporação ao Estado burguês arrefece a disposição para transformar estruturalmente a sociedade e a institucionalização do partido em detrimento da sua vocação militante faz o PT envelhecer junto com os melhores e mais experimentados quadros dirigentes.

 A renúncia aos pressupostos ideológicos que levaram à fundação do partido e o recuo quase envergonhado no debate sobre o socialismo, estão a corroer a credibilidade junto ao povo brasileiro – especialmente no seio da juventude que passa a considerar outras opções, como o autonomismo simplista ou o esquerdismo, sempre muito próximo da direita atualmente sem rumo.

O calor das ruas, aquecidas por uma juventude que recoloca vários elementos da nossa pauta histórica, mas rejeita, em grande medida, partidos e organizações, mostra o perigo do ar condicionado dos gabinetes para a nossa saúde e vitalidade política.

Em última instância, tal acomodação pela sedução da vida institucional, diminui a nossa importância e compromete o nosso reconhecimento junto à classe trabalhadora como seu principal instrumento de luta por mudanças estruturais.


Extraído da tese – PT mais forte – apresentada no último PED

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