O sucesso dos
programas sociais de transferência de renda e o êxito na condução da política
econômica, geraram uma zona de conforto potencialmente perigosa para um partido
nascido das lutas populares.
A incorporação ao
Estado burguês arrefece a disposição para transformar estruturalmente a
sociedade e a institucionalização do partido em detrimento da sua vocação
militante faz o PT envelhecer junto com os melhores e mais experimentados
quadros dirigentes.
A renúncia aos pressupostos ideológicos que
levaram à fundação do partido e o recuo quase envergonhado no debate sobre o
socialismo, estão a corroer a credibilidade junto ao povo brasileiro –
especialmente no seio da juventude que passa a considerar outras opções, como o
autonomismo simplista ou o esquerdismo, sempre muito próximo da direita
atualmente sem rumo.
O calor das ruas,
aquecidas por uma juventude que recoloca vários elementos da nossa pauta
histórica, mas rejeita, em grande medida, partidos e organizações, mostra o
perigo do ar condicionado dos gabinetes para a nossa saúde e vitalidade
política.
Em última instância,
tal acomodação pela sedução da vida institucional, diminui a nossa importância
e compromete o nosso reconhecimento junto à classe trabalhadora como seu
principal instrumento de luta por mudanças estruturais.
Extraído da tese –
PT mais forte – apresentada no último PED
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