quinta-feira, 10 de maio de 2012

Engels identifica a concentração dos capitais como manifestação do caráter social que a produção capitalista vai adquirindo, sobretudo quando a empresa toma a forma de sociedade anônima. (Crítica da visão clássica) [1]

          Engels identifica a concentração dos capitais como manifestação do caráter social que a produção capitalista vai adquirindo, sobretudo quando a empresa toma a forma de sociedade anônima.

“É esta contrapressão das forças produtivas em poderosa expansão contra o seu caráter de capital, esta imposição crescente do reconhecimento de sua natureza social que constrange a própria classe capitalista a tratá-las mais e mais, na medida em que isso é ao todo possível dentro do relacionamento capitalista, como forças produtivas sociais.”

“Tanto a conjuntura de alta industrial, com seu inchamento financeiro ilimitado, como a própria crise, pela quebra de grandes empresas capitalistas impelem imensas massas de meios de produção para tais formas de socialização, que se apresentam nas diversas formas de sociedades anônimas”.

A partir dessa identificação, Engels mostra que a incompatibilidade entre a anarquia da produção no mercado e a concentração cada vez maior dos capitais acaba por exigir a intervenção do Estado, que se apropria de diversas empresas.

“Como tais trustes na primeira piora dos negócios tendem a se romper, eles induzem uma socialização ainda mais concentrada: o ramo industrial se converte numa única sociedade por ações, a concorrência cede o mercado interno ao monopólio desta única empresa. [...] Com os trustes,
a livre concorrência se torna monopólio, a produção sem plano da sociedade capitula diante da produção planejada da sociedade socialista em irrupção [...]”.

“Nenhum povo toleraria uma produção dirigida por trustes, uma exploração tão descarada de todos por um pequeno bando de rentistas. Assim ou assado, com ou sem trustes, o representante oficial da sociedade capitalista, o Estado, tem de finalmente assumir a direção da produção”.


[1] Paul Singer e João Machado, Série Socialismo em discussão, ECONOMIA SOCIALISTA, EDITORA FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO, 1a edição: junho de 2000, São Paulo.

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