“[...]O proletariado toma o poder do Estado e converte os meios de produção em propriedade estatal. Mas com isso ele abole a si mesmo como proletariado, abole todas as diferenças e contradições de classe e abole ainda o Estado como Estado.
[...] Ao se tornar afinal realmente representante de toda a sociedade, ele se torna supérfluo. [...] O primeiro ato em que o Estado verdadeiramente aparece como representante de toda a sociedade – a apropriação dos meios de produção em nome da sociedade – é ao mesmo tempo o seu último ato independente como Estado”.
Engels compartilhava com Marx (que considerava a brochura em questão “uma introdução ao socialismo científico”) esta visão de socialismo como um prosseguimento linear do desenvolvimento capitalista das forças produtivas.
Quando Engels sustenta que o capitalismo “socializa” as forças produtivas, ele tem em vista duas tendências:
1. O capitalismo, ao desenvolver as forças produtivas, impõe a sua direção em escala cada vez maior, portanto, cada vez mais “social”;
2. Esta socialização crescente das forças produtivas inevitavelmente supera os limites da propriedade particular, substituindo no mercado a concorrência pelo monopólio, o qual já contém em germe o socialismo.
Como o monopólio capitalista particular é insustentável, o Estado capitalista é obrigado a intervir, tomando para si a direção dos meios de produção que o capital particular não pode mais administrar. Ao fazer isso, o Estado, embora capitalista, aponta a solução, que só será aplicada, no entanto, quando o proletariado tomar o poder estatal: a apropriação de todas as forças produtivas pelo Estado em nome da sociedade.
[1] Paul Singer e João Machado, Série Socialismo em discussão, ECONOMIA SOCIALISTA, EDITORA FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO, 1a edição: junho de 2000, São Paulo.
Concordo. E é a única situação possível, a médio prazo, para a coexistência humana no planeta.
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