Engels monta a seguinte equação:
1. O desenvolvimento das forças produtivas expande a produção fabril, tornando-a maior, mais concentrada e mais planejada, portanto mais social.
2. Isso torna insuportável a contradição entre a produção cada vez mais social dentro da empresa e a anarquia da produção (causadora das crises) no mercado. Sobretudo quando a produção social se torna monopolista, tendo por isso de ser assumida pelo Estado.
3. A sociedade socialista irrompe com a socialização da produção pelos trustes ou pelo Estado.
Mas ele adverte contra o engano de se enxergar a estatização em si de setores produtivos como um avanço rumo ao socialismo.
“Apenas no caso em que os meios de produção ou de transporte tenham realmente ‘entwachsen’ [crescido para além da possibilidade] de ser dirigidos por sociedades anônimas, em que, portanto, a estatização tenha se tornado economicamente inevitável, só neste caso ela significa, mesmo que seja o Estado atual que a realize, um progresso econômico, o atingimento de um novo primeiro passo para a apropriação de todas as forças produtivas pela própria sociedade”.
Ele chama a atenção contra um novo falso socialismo, “recentemente surgido, [...] que declara simplesmente qualquer estatização, mesmo as bismarkianas, como sendo socialista”.
[1] Paul Singer e João Machado, Série Socialismo em discussão, ECONOMIA SOCIALISTA, EDITORA FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO, 1a edição: junho de 2000, São Paulo.
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