O socialismo clássico, no entanto, é o primeiro sistema da história a fundir essas burocracias parciais numa única entidade que abarca toda a sociedade. [...] a estrutura monolítica, totalitária do poder, a propriedade estatal do grosso da produção social e a dominação da coordenação burocrática sobre outros mecanismos são três fenômenos estreitamente ligados. [...]
As relações entre as firmas estatais não são coordenadas pelo mercado nem se aplica o autogoverno a elas. Em vez disso, as relações entre as firmas são coordenadas burocraticamente e dentro delas isso leva até a bancada de trabalho o mesmo sistema vertical de articulações que governa a própria empresa”.
Resta uma pergunta: o planejamento geral cumpre a sua promessa de superar a anarquia da produção causada pela competição em mercados, fazendo com que a produção satisfaça as necessidades de toda a população, sem desperdícios e sem desemprego?
A resposta tem de ser condicional: o ciclo de conjuntura típico do capitalismo é de fato eliminado pelo planejamento geral, mas em seu lugar surgem outras falhas e insuficiências.
[1] Paul Singer e João Machado, Série Socialismo em discussão, ECONOMIA SOCIALISTA, EDITORA FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO, 1a edição: junho de 2000, São Paulo.
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