quinta-feira, 3 de maio de 2012

O que me interessa saber é se ainda temos a capacidade histórica de agir no regime da ideia. [1]

Alain Badiou: O que fica evidente em tudo isso é que estão aí em nome de uma série de princípios, de ideias, de representações. Esse processo, obviamente, será longo.
O movimento da primavera árabe me parece mais interessante que o dos indignados porque tem objetivos precisos, ou seja, a desaparição de um regime autocrático e o tema fundamental que é o horror diante da corrupção. A luta contra a corrupção é um problema capital do mundo contemporâneo.
Nos indignados vimos a nostalgia do velho Estado providência. Mas volto a reiterar que o interessante em tudo isso é a capacidade de fazer algo em nome de uma ideia, mesmo que essa ideia tenha acentos nostálgicos.
O que me interessa saber é se ainda temos a capacidade histórica de agir no regime da ideia e não simplesmente segundo o regime da concorrência ou da conservação.
Isso para mim é fundamental. A reaparição de uma subjetividade dissidente, seja quais forem suas formas e suas referências, isso me parece muito importante.


[1] Eduardo Febbro entrevista Alain Badiou, Filósofo Francês - Direto de Paris - Retirado do site: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19553 -  no dia 04 de abril de 2012. Tradução: Marco Aurélio Weissheimer

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