segunda-feira, 28 de maio de 2012

O planejamento dos maiores conglomerados pode ser comparado ao planejamento geral de algumas economias do “socialismo real”. (Crítica da visão clássica) [1]

No capitalismo atual, o planejamento econômico é intensamente praticado nas grandes empresas e nos serviços públicos. Os orçamentos públicos nacionais, estaduais e municipais são planos anuais, a serem implementados pelos aparelhos estatais respectivos.

Há rotineiramente planejamento em escolas em todos os níveis, nos condomínios residenciais, nos centros de veraneio e assim por diante. À primeira vista, todos estão envolvidos em vários planos, como participantes de diversas instituições regidas por planos, o que implica considerável restrição à possibilidade de escolha dos indivíduos.

O direito individual de escolha não obstante é preservado, porque a participação é voluntária na maior parte das vezes. Em caso de arrependimento, há sempre a possibilidade de abandonar a instituição.

No capitalismo atual, a extensa centralização do capital reúne centenas ou até milhares de empresas médias e grandes em gigantescos conglomerados multinacionais. Provavelmente tais empresas seriam planejadas mesmo se atuassem separadamente; uma vez fundidas num única multiempresa, o planejamento se faz em âmbito muito maior.

O planejamento dos maiores conglomerados pode ser comparado ao planejamento geral de algumas economias do “socialismo real”. O que significa que eles também tendem a exibir sintomas de burocratização, tais como rigidez, inflexibilidade, fricções entre partes componentes dessas firmas, conflitos suprimidos travados na surdina etc.


[1] Paul Singer e João Machado, Série Socialismo em discussão, ECONOMIA SOCIALISTA, EDITORA FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO, 1a edição: junho de 2000, São Paulo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário