A crescente transformação dos produtos em mercadorias provocava a monetização das relações de produção. As obrigações dos servos de fornecer tempo de trabalho nos campos do senhor eram freqüentemente comutados por pagamentos em dinheiro. O que transformava os servos em assalariados ou em arrendatários. Deste modo, as forças produtivas se desenvolviam mediante a monetização das relações de produção, que acabava por desembocar, em certos casos, em relações de produção capitalistas.
Há boas razões para crer que houve possivelmente duas revoluções sociais na Inglaterra (e talvez também em outras regiões da Europa): uma primeira, que produziu a passagem da servidão â produção simples de mercadorias, e que ocorreu entre os séculos XII e XVI ou XVII; e uma segunda, que levou a economia inglesa da produção simples de mercadorias ao capitalismo e que teve lugar entre os séculos XVIII e XIX.
Mas, quando precisamente começou "a época de revolução social" capitalista? A resposta que a análise detalhada de Dobb oferece é que ela se iniciou em cada lugar em algum momento diferente. E provável que o fim do século XVI e o início do século seguinte seja a data certa para a Inglaterra e que (com a possível exceção dos Países Baixos) na Europa continental ela esteja colocada de um a dois séculos depois.
A revolução capitalista se processou em espaços nacionais, constituindo−os em sua marcha. A atual Grã−Bretanha ou Reino Unido constituiu−se, entre Elizabeth I e a Gloriosa Revolução, em grande medida em função do avanço do capitalismo manufatureiro e da luta vitoriosa que travou contra a hegemonia holandesa sobre a economia mundial.
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