quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Segunda inovação: a máquina de fiar II - Inovações artesanais e inovações industriais na fiação e tecelagem. (Uma Utopia Militante - Repensando o Socialismo - Paul Singer).

         Devido à simplicidade do filatório e ao seu preço modesto, ele foi bem empregado pela produção doméstica, que reviveu sob sua influência. A primeira vista, a revolução industrial estava revigorando a manufatura algodoeira, melhorando a qualidade de seus produtos e a produtividade de sua mão−de−obra, sem alterar−lhe a organização. Mas esta impressão é errônea. As invenções seguintes teriam efeitos completamente diferentes.

         Em 1769, Richard Arkwright patenteou uma máquina de fiar em tudo parecida com a de Paul e Wyatt. Arkwright era barbeiro de profissão e se dedicava também ao comércio de cabelo humano para a confecção de perucas. Era um hábil comerciante, mas de mecânico e inventor nada tinha.

         Processos jurídicos posteriores revelaram que a invenção era provavelmente de Robert Highs, que teria feito um modelo para Arkwright em 1768, a pedido deste. Highs era um inventor consumado, tendo ganho um prêmio de 200 guinéus, em 1772, pela construção de um filatório duplo de 56 fusos, na Bolsa de Manchester. Ele é tido também como o inventor original da j e n n y , que seria o nome de uma de suas filhas (Mantoux, 1927, p. 230).

         Mas, sem ser o inventor que pretendia ser, Richard Arkwright foi o primeiro grande industrial, o primeiro a tornar um invento mecânico matriz de um novo modo de organizar a produção, algo que se tornou conhecido como "sistema fabril". Arkwright tinha muito pouco dinheiro próprio, de modo que sempre precisou encontrar quem quisesse financiar seus empreendimentos. Dado o pioneirismo e, portanto, o alto risco implícito nestes empreendimentos, o fato de Arkwright sempre ter tido êxito em levantar o capital de que precisava é prova de sua grande habilidade.

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