Uma
palavra sobre o papel das revoluções políticas para as revoluções sociais. No
caso da revolução social capitalista, não há dúvida que as três grandes
revoluções burguesas foram cruciais para o desenvolvimento das novas relações
de produção e seu rebatimento jurídico, político e cultural.
O que
não quer dizer que as revoluções sociais possam ser consideradas como meros
desdobramentos históricos das revoluções políticas. Estas últimas foram marcos
numa jornada muito mais longa, que em muitos países ainda não se completou.
A
importância das revoluções políticas para as revoluções sociais é que as
primeiras romperam impasses e detonaram torrentes de inovações institucionais,
submergindo resistências que tinham paralisado as revoluções sociais por longos
períodos.
Não
obstante, em muitos países a revolução capitalista avançou sem que tenha havido
qualquer revolução burguesa, enquanto episódio histórico delimitado no tempo.
São exemplos: os domínios britânicos, os países escandinavos, ibéricos etc.
No
caso da revolução socialista, o papel das revoluções proletárias é bastante
controverso. A tentativa de instituir o socialismo pelo alto, mediante a
criação de uma supra−estrutura imposta ditatorialmente aos súditos, fracassou.
Para
alguns, o maior mérito desta experiência malograda é o saldo de ensinamentos −
valiosos, embora negativos − que ela deixou. Para outros, o peso político−militar
do chamado "bloco socialista" durante a guerra fria foi decisivo para
muitas conquistas institucionais do movimento operário nos países capitalistas.
Se
isso foi assim (do que eu duvido muito), então as revoluções proletárias teriam
de fato contribuído, embora sem querer, para o avanço da revolução socialista
nos países não dominados pelo "socialismo real".
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