A empresa capitalista, à medida que foi ampliando o espaço que ocupava na economia, tinha de combater em duas frentes: contra a oligarquia detentora de privilégios monopolistas e contra o proletariado nascente.
A medida que este era constituído por faccionistas, que trabalhavam em suas casas, utilizando os instrumentos de trabalho e a matéria−prima fornecidos pelo empregador, as suas lutas freqüentemente assumiam a forma de oposição à concorrência externa.
Mantoux (1927, p. 78−79) relata, por exemplo, a luta dos penteadores de lã (wool combers), que eram trabalhadores altamente qualificados, muito difíceis de substituir. Eles iam, de cidade em cidade, à procura de trabalho e obtinham salários relativamente elevados.
Em 1700, os penteadores de lá formaram uma sociedade, que rapidamente se expandiu pela Inglaterra. Resolveram que ninguém pentearia lã por menos de 2 xelins a dúzia, que nenhum mestre deveria empregar penteadores que não pertencessem ao clube; boicotavam os mestres que não se submetiam, chegando a agredir penteadores não membros e quebrar seus instrumentos.
Em 1720, os mercadores de pano de Tiverton importaram lã penteada da Irlanda, o que levou os penteadores a assaltar os seus estabelecimentos, apossando−se da lã irlandesa, uma parte da qual queimaram e a outra penduraram sobre os postes como troféus. O conflito resultou numa batalha sangrenta em que mosquetes foram empregados na defesa da "lei e ordem".
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