quinta-feira, 9 de agosto de 2012

As principais revoluções políticas mudaram não só o governo, mas as relações de poder entre autoridades e cidadãos. (Uma Utopia Militante - Repensando o Socialismo - Paul Singer).

         O que estas revoluções políticas têm em comum é a mudança não só do governo, mas da forma de governar, das relações de poder entre autoridades e cidadãos.

         A importância histórica destas revoluções políticas está na introdução de inovações institucionais que continuaram em vigor por longos períodos e se difundiram por outros países, definindo novos padrões de estado.

         A Revolução Inglesa, por exemplo, foi a primeira que subordinou o soberano, cujo poder era hereditário, a um parlamento, cujo poder era oriundo de eleições, portanto delegado pelos cidadãos comuns.

         A Revolução Americana e a Francesa foram mais longe no mesmo caminho ao proclamar "Direitos do Homem", limitando o poder do estado em interferir na vida dos súditos, que desta maneira revolucionária foram elevados ao status de cidadãos.

         A Comuna de Paris foi efêmera (durou poucos meses) mas foi o primeiro ensaio de poder proletário no que era talvez, na época, a mais importante metrópole do mundo.

         Politicamente, a Comuna inaugurou a democracia direta e formas de representação que atribuíam grande parte do poder de decisão às assembléias gerais de cidadãos. Marx, logo a seguir, e Lenin, algumas décadas mais tarde, proclamaram a Comuna como modelo das revoluções proletárias que se seguiriam.

         A Revolução Russa e, depois, a Revolução Chinesa fundaram novos sistemas políticos e socieconômicos. Apesar do prometido por Lenin, em vez de democracia direta implantaram ditaduras que pretendiam ser proletárias.

         Pretendiam ainda ser o início da revolução social socialista nestes países. Hoje, só os adversários do socialismo aceitam esta pretensão como
verdadeira. Mas, até 1956 (ano do Relatório Krushov e da Revolução Húngara) era muito ampla a  crença, inclusive na esquerda, de que estes regimes efetivamente se encontravam em alguma espécie de transição ao socialismo.

         Sua influência política, militar e sobretudo ideológica sobre os movimentos que protagonizaram a emancipação das colônias, a partir de 1945, foi bastante significativa. Atualmente, sua herança sobrevive em países como a China, Cuba, Vietnã e Coréia do Norte.

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