Mantoux descreve a crescente penetração do capital mercantil na produção: os comerciantes financiavam a aquisição de matéria−prima pelos artesãos, que empenhavam os instrumentos de produção como garantia da dívida. Sendo pobres, freqüentemente não conseguiam honrar a dívida, o que os obrigava a entregar seu instrumental ao credor, que assim se transformava em empregador dos mesmos.
Desta maneira o produtor era separado dos meios de produção e o capitalista comercial transformava−se em produtivo. Nas cidades, a organização corporativa protegia os artesãos enquanto restringia o seu número e o montante de sua produção, mas, no campo, o artesão d o u b l é de agricultor dependia do mercador, que o financiava e lhe comprava os produtos. Por isso, a ruralização da atividade manufatureira constituía um índice de sua crescente submissão ao capital.
A unificação física e tributária do mercado interno foi outro resultado da hegemonia burguesa, que se impôs pela Revolução. A unificação do mercado interno era uma das políticas centrais preconizadas pelo mercantilismo e implementadas, com maior ou menor sucesso, pelos déspotas esclarecidos que reinavam na Europa.
Mas, conforme mostrou Landes, apenas na Inglaterra esta unificação tinha se completado, em grande medida, já em meados do século XVIII. O que deve ter ajudado o avanço da revolução capitalista, ao permitir ampliar a escala de produção, proporcionando ganhos aos estabelecimentos que reuniam maior número de trabalhadores.
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