segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Primórdios da revolução capitalista (Uma Utopia Militante - Repensando o Socialismo - Paul Singer).

         No caso da revolução capitalista, parece não haver dúvida que o desenvolvimento das forças produtivas, que se tornaria genuinamente revolucionário a partir da revolução industrial, começada no século XVIII, foi estimulado e nutrido pelas relações sociais de produção assalariadas, em forma pura ou na forma do sistema deputting−out (produção por encomenda).

         É o que relata um dos melhores estudiosos da questão: "Quando examinamos a história do capitalismo concebida dessa maneira, torna−se claro que devemos situar sua fase inicial na Inglaterra, não no século XII como faz Pirenne (que pensa principalmente na Holanda), nem mesmo no século XIV com seu comércio urbano e ligas artesanais, como têm feito outros, mas na segunda metade do século XVI e início do século XVII, quando o capital começou a penetrar na produção em escala considerável, seja na forma de uma relação bem amadurecida entre capitalistas e assalariados, seja na forma menos desenvolvida da subordinação dos artesãos domésticos, que trabalhavam em seus próprios lares, a um capitalista, própria do assim chamado sistema de encomendas domiciliar"' (Dobb, 1946, p. 15).
        
         A citação de Dobb deixa claro que há um extenso período de transição entre o renascimento comercial, que se origina com as cruzadas, e o início da revolução social capitalista. Mas, a expansão do comércio traz consigo necessariamente o desenvolvimento da produção de mercadorias, sob a forma inicial de produção simples de mercadorias por artesãos e camponeses.

         Dobb, nadando contra a corrente, timbra em mostrar que as relações de produção servis não eram incompatíveis com o comércio e que a nobreza feudal se empenhou ferozmente em ampliar a exploração dos servos a partir do momento em que o excedente assim obtido podia ser vendido em vez de ter de ser consumido no castelo senhorial.

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