3. "Dentro do mercado britânico, o poder aquisitivo per capita e o padrão de vida eram significativamente mais altos do que no Continente. (...)O trabalhador inglês não só comia melhor; ele gastava menos de seu rendimento com alimentação que sua contraparte continental e na maioria das áreas esta porção estava diminuindo, enquanto que do outro lado do Canal ela pode ter muito bem aumentado durante grande parte do século XVII.
Resultava daí que ele tinha mais renda para adquirir outras coisas, inclusive manufaturas" (p. 47−48). Tudo leva a crer que a superioridade do padrão de vida inglês, em comparação com o resto da Europa, se devia à produtividade mais alta, que resultava em parte pelo menos do maior avanço das relações capitalistas de produção;
No Continente, muitas manufaturas (roupas, armas) eram símbolos de s t a t u s e seu uso pelas classes subordinadas era interditado. Mas, na Grã−Bretanha, esta interdição não vigorava mais, o que permitiu o surgimento de um mercado de massas para tais produtos;
5. "Uma difusão mais igual da riqueza, no entanto, é o resultado de trabalho mais custoso. Este era, de fato, o caso da Grã−Bretanha, onde os salários − abstraindo a incerteza e a incomparabilidade parcial das estimativas − eram o dobro dos da França e mais altos ainda em relação aos pagos a leste do Reno" (p. 49).
É provável que o diferencial de salários, entre a Inglaterra e o Continente, fosse semelhante ao diferencial da produtividade do trabalho. E, como mencionado acima, a produtividade maior provavelmente era devida ao maior peso das empresas capitalistas na economia inglesa do que no resto da Europa.
Além de contribuírem para a criação de mercados de massa para manufaturas, os salários relativamente altos constituíam forte estímulo à adoção de técnicas que permitissem elevar a produtividade do trabalho mediante a substituição de mão−de−obra por máquinas.
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