segunda-feira, 18 de junho de 2012

Continuou viva a idéia de que trabalhadores associados poderiam organizar-se em empresas autenticamente autogestionárias e desafiar assim a prevalência das relações capitalistas de produção. (Crítica da visão clássica) [1].

Os pequenos agricultores, nominalmente donos da cooperativa, tornaram-se dependentes da direção da cooperativa para vender seus produtos a bom preço e obter insumos a crédito.

A dominação e a exploração de camponeses por “suas” cooperativas passaram a ser bastante comuns, evidenciando tendências degenerativas no cooperativismo.

Não obstante, continuou viva a idéia de que trabalhadores associados poderiam organizar-se em empresas autenticamente autogestionárias e desafiar assim a prevalência das relações capitalistas de produção.

No início da Revolução Russa, essa prática foi bastante geral e inspirou a Oposição Operária durante anos.

Ela surgiu em outras oportunidades revolucionárias, na Guerra Civil
Espanhola, na Polônia e em diversas ocasiões.

O governo comunista da Iugoslávia, chefiado por Tito, após romper com Stalin, em 1948, introduziu a autogestão em todas as empresas do país, combinando-a com o planejamento geral, possivelmente na linha do que defendia a Oposição Operária, no começo dos anos 20. Foi a mais extensa experiência de socialismo autogestionário, tendo durado quase 40 anos.

Gradativamente, o planejamento geral foi sendo substituído por uma espécie de socialismo de mercado, infelizmente distorcido pelo regime de partido único.


[1] Paul Singer e João Machado, Série Socialismo em discussão, ECONOMIA SOCIALISTA, EDITORA FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO, 1a edição: junho de 2000, São Paulo.

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