Nas economias centralmente planejadas, a inovação tecnológica depende para sua aplicação de instâncias políticas que temem ser prejudicadas por ela.
Apesar de seu poder absoluto, a cúpula está inserida em densa teia de interesses constituídos, dos quais depende a implementação do plano, que é a prioridade máxima.
Não surpreende que a preocupação com os prejuízos supere o entusiasmo pelos benefícios prometidos pela inovação, na maior parte das vezes.
A grande promessa de que o planejamento geral liberaria as forças produtivas da anarquia da produção ensejada pelo mercado frustrou-se inteiramente.
O planejamento geral é capaz de produzir progresso tecnológico em áreas em que ele é prioritário, como foi o caso do poderio militar. Mas na produção civil ele aborta novas forças produtivas, pois a prioridade tende a ser expandir sempre mais as estruturas existentes.
[1] Paul Singer e João Machado, Série Socialismo em discussão, ECONOMIA SOCIALISTA, EDITORA FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO, 1a edição: junho de 2000, São Paulo.
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