Dadas as prioridades do plano, as firmas acabavam por consumir uma parcela crescente de toda a produção, o mesmo acontecendo com os serviços públicos (particularmente as forças armadas) e o comércio externo, em detrimento do consumo da população.
Esta se beneficiava de uma situação permanente de pleno emprego, o que constitui a principal vantagem do “socialismo real” sobre o capitalismo.
Todos tinham emprego e a perspectiva de mantê-lo. O que significava que a população tinha uma renda nominal crescente, à medida que mais pessoas eram incorporadas à população ocupada.
Os planejadores fixavam o valor dos salários, o que lhes possibilitava prever com relativa exatidão a renda da população e quanto dela seria gasta em consumo.
Os preços dos bens e serviços de consumo eram fixados em níveis que igualassem a procura dos consumidores à oferta das empresas produtoras desses bens e serviços.
“[...] alguns bens e serviços são oferecidos ao público grátis ou, em comparação com seus custos, a preços muito baixos, subsidiados pelo Estado.
Estes, na maioria dos países sob o sistema clássico, incluem alimentos básicos (pão, açúcar, gordura etc.), transporte público, aluguel e serviços de saúde, culturais e educacionais”.
Essa política de preços não é casual, pois tem raízes profundas na ideologia oficial do socialismo clássico, que alcançam as grandes “promessas básicas” do sistema. A sociedade, prometeu-se, “tem ao menos de satisfazer as necessidades básicas de todos os trabalhadores e suas famílias”.
[1] Paul Singer e João Machado, Série Socialismo em discussão, ECONOMIA SOCIALISTA, EDITORA FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO, 1a edição: junho de 2000, São Paulo.
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