A experiência auto-gestionária contemporânea, no Brasil e alhures, deixa claro que muitos trabalhadores preferem ser assalariados, mesmo tendo a oportunidade de trabalhar por conta própria ou em cooperativas.
Se no futuro o socialismo se tornar hegemônico, é possível e até provável que a maioria prefira integrar empresas socialistas. Para que tais empresas sejam autenticamente socialistas, é imprescindível, no entanto, que os que a elas se associarem o façam espontaneamente. O que só será possível se houver empresas capitalistas, por conta própria, e outras oferecendo entradas alternativas na produção social.
Em suma, a economia socialista provavelmente sofrerá (por quanto tempo ninguém sabe) a concorrência de outros modos de produção. Ela estará permanentemente desafiada a demonstrar sua superioridade em termos de auto-realização dos produtores e satisfação dos consumidores.
O que talvez leve à conclusão de que a luta pelo socialismo nunca cessa. Se este for o preço que os socialistas terão de pagar para ser democratas, ouso sugerir que não é demasiado.
[1] Paul Singer e João Machado, Série Socialismo em discussão, ECONOMIA SOCIALISTA, EDITORA FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO, 1a edição: junho de 2000, São Paulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário