terça-feira, 12 de junho de 2012

A economia socialista precisa encontrar um modo democrático e participativo de regular a economia. (Crítica da visão clássica) [1].

A principal diferença entre a regulação financeira no capitalismo e a regulação político-administrativa no “socialismo real” é que a primeira faz a economia oscilar entre fases de grande crescimento, em que os mercados tendem a ser “de vendedor” e a escassez de produtos se traduz em inflação aberta ou reprimida, e fases de crise e depressão ou recessão, em que os mercados voltam a ser “de comprador”, há superprodução, desemprego em massa e crescimento nulo ou negativo.

Já no planejamento geral, a economia fica o tempo todo na fase de alta, em que a escassez se reproduz ampliadamente e a produção e o investimento perdem cada vez mais eficiência.

Parece claro que a economia socialista precisa encontrar um modo diferente de regular a economia, que seja democrático e participativo e pelo qual toda a sociedade possa manifestar suas preferências.

Isso leva a crer que esse novo modo de regulação terá de ser explicitamente político, reconhecendo de partida que os cidadãos têm interesses, percepções e preferências diferentes e que o modo de regulação deve permitir o confronto e a negociação dessas diferenças com o fim explícito de produzir ou um consenso ou, se este for impossível, uma posição majoritária.


[1] Paul Singer e João Machado, Série Socialismo em discussão, ECONOMIA SOCIALISTA, EDITORA FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO, 1a edição: junho de 2000, São Paulo.

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