quarta-feira, 6 de junho de 2012

No mercado não há qualquer poder outro que o dos participantes e competidores. O resultado da livre competição é a rigor imprevisível e está, em parte, sujeito ao acaso. (Crítica da visão clássica) [1].

Planejamento e mercado – O capitalismo é uma economia de mercado em que as empresas que participam dele são planejadas. O mercado pode ser visto como um sistema de coordenação de planos particulares, inclusive das famílias e dos governos.

Se consideramos os atores econômicos divididos nestas três categorias – firmas, famílias e governos – fica claro que a sua interação em
mercados é a forma pela qual elaboram e tentam implementar seus planos.

Firmas, famílias e governos formulam as partes econômicas de seus planos a partir de parâmetros de mercado – preços e quantidades transacionadas – e as implementam mediante compras e vendas em mercados. Cada plano implica um centro que coordena as atividades dos participantes.

Dentro do plano, as relações entre os participantes estão predeterminadas e não sujeitas ao acaso. Quando o acaso intervém, o plano malogra.

No mercado, por outro lado, não há centro coordenador e as relações entre os participantes evoluem livremente de acordo com sua própria dinâmica. Nesse sentido, designar a competição em mercado como “anarquia da produção” se justifica, pois efetivamente anarquia quer dizer ausência de poder.

E no mercado não há qualquer poder outro que o dos participantes e competidores. O resultado da livre competição é a rigor imprevisível e está, em parte, sujeito ao acaso.


[1] Paul Singer e João Machado, Série Socialismo em discussão, ECONOMIA SOCIALISTA, EDITORA FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO, 1a edição: junho de 2000, São Paulo.

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