O sistema capitalista engloba diversos modos de produção além do capitalista. Nele atuam, lado a lado, trabalhadores por conta própria que formam a produção simples de mercadorias, empresas públicas e privadas sem fins de lucro, produção para auto-subsistência nos lares e cooperativas auto-gestionárias, que constituem um embrião ou “implante” socialista.
O sistema é capitalista porque o modo de produção capitalista é econômica e socialmente predominante. Os outros modos de produção se submetem e se adaptam à supra-estrutura legal e política que fundamenta a hegemonia capitalista.
Acredito que no socialismo não deveria ser diferente. Nos países do “socialismo realmente existente” os outros modos de produção estavam proibidos, acabando por constituir atividades econômicas ilegais e semi-ilegais. Isso viola direitos humanos essenciais.
Todos os cidadãos devem ter o direito de organizar suas atividades econômicas de acordo com suas preferências, desde que não firam direitos alheios. Portanto, de todos os modos de produção conhecidos, só a servidão e a escravidão deveriam ser proibidas.
[1] Paul Singer e João Machado, Série Socialismo em discussão, ECONOMIA SOCIALISTA, EDITORA FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO, 1a edição: junho de 2000, São Paulo.
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