terça-feira, 19 de junho de 2012

Todas as experiências autogestionárias aqui resumidas passaram ou ainda passam por crises. (Crítica da visão clássica) [1].

Todas as experiências autogestionárias aqui resumidas passaram ou ainda passam por crises.

Após a morte de Tito, a Iugoslávia explodiu em lutas étnicas de excepcional crueldade, que acabaram com o país e sua experiência autogestionária.

Economicamente, ela havia proporcionado à Iugoslávia um desenvolvimento mais equilibrado e um autoritarismo político atenuado, em comparação com os países do “socialismo real”.

Os kibutzim atingiram o seu apogeu nos anos 80, mas a nova geração rebelou-se contra alguns dos princípios de seus pais e avôs, como o das crianças serem criadas separadamente dos pais, na Casa das Crianças.

Gradativamente, com o aumento do padrão de vida, os gastos com serviços adquiridos fora do kibutz foram crescendo, tornando mais importante a disponibilidade de dinheiro.

Resolveu-se dar oportunidade de estudo universitário a todos os membros e muitos passaram a trabalhar como profissionais liberais fora do kibutz.

Tendências desagregadoras culminaram recentemente no pagamento de remunerações em dinheiro e na cobrança em dinheiro também de todos os bens e serviços consumidos. Em alguns kibutzim chegou-se ao extremo de diferenciar a remuneração, de acordo com critérios aceitos pela maioria, com a menor remuneração sendo igual ao salário médio do país.

Em Mondragón, a necessidade de competir no âmbito da União Européia levou à adoção de medidas centralizadoras, com a redução da autonomia das cooperativas no complexo; aumentou a margem de trabalho assalariado e a diferença entre retirada máxima e mínima.

Para uma parte dos trabalhadores, a única vantagem que o cooperativismo lhes dá é segurança no emprego. Aumenta a distância entre a cúpula de velhos cooperadores e a base de operários que não viveram os anos heróicos de sua criação, na Espanha de Franco.


[1] Paul Singer e João Machado, Série Socialismo em discussão, ECONOMIA SOCIALISTA, EDITORA FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO, 1a edição: junho de 2000, São Paulo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário