As crises e tendências degenerativas indicam que o socialismo autogestionário, construído dentro de sociedades capitalistas, tem poucas possibilidades de provocar uma transformação estrutural na economia inclusiva.
Os kibutzim e Mondragón, não obstante, tiveram uma influência política considerável, inspirando movimentos semelhantes em outros países.
Hoje, o cooperativismo autogestionário assume dimensões significativas em vários países, sobretudo na Itália, na Espanha e no Canadá, e vai ganhando importância em países vítimas de desemprego em massa, como o Brasil.
A economia socialista dificilmente será alcançada por meio do mero crescimento da economia solidária, que abrange também o cooperativismo de crédito, bancos do povo, clubes de troca e outras instituições.
A importância dessas experiências é o aprendizado que proporcionam a segmentos da classe trabalhadora de como assumir coletivamente a gestão de empreendimentos produtivos e operá-los segundo princípios democráticos e igualitários.
Como ficou dramaticamente evidente na Revolução de Outubro, a falta de conhecimentos gerenciais e políticos pode representar um obstáculo decisivo ao avanço rumo a uma economia socialista, mesmo quando as circunstâncias parecem favoráveis.
[1] Paul Singer e João Machado, Série Socialismo em discussão, ECONOMIA SOCIALISTA, EDITORA FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO, 1a edição: junho de 2000, São Paulo.
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