É preciso que os consumidores participem do controle, sobretudo se quisermos abrir mão dos mercados. Na economia de mercado – capitalista ou não – os interesses dos consumidores são sustentados pela concorrência entre os produtores, pela possibilidade de cada consumidor escolher de quem deseja comprar.
Para que isso funcione é preciso que haja certa superprodução, ou seja, que a oferta de bens e serviços seja sempre maior do que a demanda. O que impõe certa margem de desperdício, já que o excesso de produção não é aproveitado.
Se a demanda fosse maior que a oferta de produtos, o interesse dos produtores prevaleceria, o que levaria novamente a uma “economia de escassez”.
Uma alternativa seria organizar grandes cooperativas de consumo que, a partir das necessidades, desejos, anseios e preferências de seus sócios, criariam cooperativas de produção. O capital destas últimas seria investido, uma metade por seus membros, a outra metade pela cooperativa de consumo.
Dessa maneira, a direção das cooperativas de produção seria partilhada por seus trabalhadores e seus clientes. O que poderia conciliar os interesses contraditórios de vendedores e compradores dos produtos.
[1] Paul Singer e João Machado, Série Socialismo em discussão, ECONOMIA SOCIALISTA, EDITORA FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO, 1a edição: junho de 2000, São Paulo.
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