terça-feira, 3 de julho de 2012

O problema central do mercado é que sua racionalidade que não é social nem humana. (A visão clássica e sua real incidência no PT – João Machado) [1].

Por que defender o mercado? Os problemas do mercado não estão só na sua anarquia — a anarquia da produção capitalista é uma das críticas clássicas de Marx.

Nem apenas em que o mercado favorece os mais ricos, a concentração de renda, as desigualdades, os desníveis econômicos. O problema central do mercado é que, por sua própria natureza, ele tem um tipo de racionalidade que não é racionalidade social ou humana.

O que é racional para o mercado pode muito bem não ser racional para a sociedade. O mercado usa sempre uma forma indireta de expressar as necessidades sociais e de decidir sobre elas.

Só pode avaliar e decidir alguma questão depois de transformá-la em uma questão impessoal, isto é, em que o interesse das pessoas não pode ser considerado de forma direta.

Para dar um exemplo claro: para o mercado, não importa que você seja boa pessoa, que tenha dez filhos, que passe fome. O que interessa é se você dará lucro se for contratado. Há claramente alguma racionalidade nisso, mas é uma péssima racionalidade, desumana e cruel.


[1] Paul Singer e João Machado, Série Socialismo em discussão, ECONOMIA SOCIALISTA, EDITORA FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO, 1a edição: junho de 2000, São Paulo.

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