quinta-feira, 5 de julho de 2012

Na economia solidária, se queremos que tenha uma orientação anticapitalista, a luta contra a lógica do mercado tem de ser permanente. (A visão clássica e sua real incidência no PT – João Machado) [1].

O risco de descaracterização dos “Implantes Socialistas” vem do próprio fato de tais organizações competirem no âmbito do mercado capitalista.

Isso significa que elas são forçadas, em alguma medida, a aceitar critérios de racionalidade e de eficiência capitalistas. Acontece que no terreno dos critérios de eficiência capitalistas, dos critérios vigentes no mercado capitalista, a luta é desigual, e está perdida.

Se avaliamos a performance econômica segundo a lógica do mercado, isto é, segundo a lógica do capitalismo, não há dúvida de que teremos de concluir que as formas de gestão do capitalismo são mais eficientes, embora tenham também seus problemas.

O exemplo das cooperativas de Mondragón com o aumento do uso de trabalho assalariado – e isso se faz para que seja possível reduzir o número de trabalhadores quando for o caso, ou seja, para manter as condições de demitir trabalhadores quando o mercado o recomendar – dá uma idéia muito clara de como o funcionamento no interior de uma lógica econômica que é adversa para os trabalhadores tem conseqüências negativas.

O que nos leva à necessidade de deduzir a regra de que, no desenvolvimento da economia solidária, se queremos que ele se dê de fato segundo uma orientação anticapitalista, a luta contra a lógica do mercado tem de ser permanente.


[1] Paul Singer e João Machado, Série Socialismo em discussão, ECONOMIA SOCIALISTA, EDITORA FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO, 1a edição: junho de 2000, São Paulo.

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