Que várias instituições criadas nos últimos 200 anos têm um caráter contraditório com o capitalismo fica claro em vários exemplos apresentados no livro Uma utopia militante.
Um desses exemplos são as formas de seguridade social, que chegaram ao seu ponto mais alto nos anos do pós-Segunda Guerra Mundial: um dos centros da política dos governos capitalistas hoje é reduzir sua amplitude.
Infelizmente, esses anos de predomínio neoliberal têm criado condições para que essa política de regressão social tenha conseguido resultados significativos.
Neste comentário, vou discutir sobretudo os “implantes socialistas” econômicos. Antes de mais nada, acho que a expressão “implante socialista” é boa, e que é útil dar este nome a formas de organização e a instituições que se orientam para a satisfação de necessidades sociais e se contrapõem à lógica do mercado capitalista.
Por outro lado, ao mesmo tempo que acho correto falar em “implantes socialistas” e definir seu desenvolvimento como um dos eixos de nossa estratégia, acredito que estes “implantes” têm uma fragilidade básica: seu caráter estará sempre em risco enquanto estiverem no interior do capitalismo.
[1] Paul Singer e João Machado, Série Socialismo em discussão, ECONOMIA SOCIALISTA, EDITORA FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO, 1a edição: junho de 2000, São Paulo.
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