Fico imaginando que pelo menos parte do êxito do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) tem a ver com o fato de ele estar criando um movimento com essas características.
O MST tem sido eficiente em conseguir tomar terras, e a partir daí começar a produzir. Mas vai além. Ele tenta organizar suas unidades produtivas na forma de cooperativas.
E o que talvez seja mais interessante e importante: o vínculo dos trabalhadores com o movimento não se extingue quando conseguem sua terra. Após terem o seu quinhão, continuam membros do movimento e, portanto, referenciados nele, em seus objetivos.
Acho que esta concepção vem permitindo que o MST crie uma coisa que não é só um movimento social de luta pela terra, ou só um movimento político. O MST é também cultural e ideológico, e ainda econômico.
[1] Paul Singer e João Machado, Série Socialismo em discussão, ECONOMIA SOCIALISTA, EDITORA FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO, 1a edição: junho de 2000, São Paulo.
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